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SCREAM 2019

Participação em três mesas do SCREAM 2019, sobre escola criativa, dados e mercado publicitário.

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Emprelab School 2018

15 equipes de estudantes do ensino médio apresentam soluções para desafios atuais.

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Aerotropolis: The Way We’ll Live Next

A proposta das aerotrópoles é aproximar os aeroportos das cidades. Nada de terminais distantes dos centro urbanos. Nas aerotrópoles as cidades se desenvolvem ao redor de aeroportos.

A proposta parece nova, principalmente levando em conta o caso da nova cidade de Songdo, na Coréia do Sul, uma smart city criada ao redor do Aeroporto Internacional de Incheon, um super terminal com mais de 400 lojas, das marcas mais importantes de todo o mundo, além de diversas opções de lazer e serviços. De qualquer lugar de Songdo é possível chegar a Incheon através de transporte público em apenas 15 minutos. Os residentes dessa aerotrópole podem facilmente participar de reuniões nas principais cidades da China ou do Japão e voltar a tempo para jantar em casa.

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Mas “Aerotropolis: The Way We’ll Live Next” apresenta uma série de casos que mostram como aeroportos são responsáveis pelos desenvolvimento de concentrada vida urbana ao seu redor. Desde cidades-fábricas do período da Segunda Guerra Mundial, desenvolvidas para atender a demanda por suprimentos e material bélico dos EUA, até cidades-empresas, como se tornaria Memphis a partir de 1974 com a instalação da Federal Express – Fedex – em seu aeroporto, transformando uma antiga produtora de algodão numa das precursoras das aerotrópoles atuais. Em Memphis, de cada 4 trabalhadores, 3 são colaboradores da Fedex.

Também é espantoso ver como muitos mercados hoje são totalmente baseados no transporte aéreo, de flores da Holanda e frutas do Congo que chegam ainda frescas ao mercado europeu, até a produção de eletrônicos da China e o “turismo médico” da Malásia, que recebe um número cada vez maior de americanos em busca de procedimentos e cirurgias a preços mais baixos. Os autores também destacam o importante papel estratégico de companhias aéreas no desenvolvimento de centros emergentes, como Doha (Qatar Airways) e Dubai (Emirates).

Mas há um futuro possível baseado na combustão de gasolina azul por motores a jato?

Os autores John Kasarda e Greg Lindsay sinceramente reproduzem uma crítica ao futuro das aerotrópoles, a partir de uma carta enviada à revista Fast Company:

“Do modo como percebo a situação, a aerotrópole é um projeto de infraestrutura multibilionário que se equilibra precariamente sobre o setor de frete aéreo – totalmente dependente do petróleo – e que visa basicamente acelerar a criação de um modelo de produção escravizante e de caráter mundial para fornecer bugigangas para o Walmart. Esse conceito está fadado ao fracasso. O que vejo são megacorporações, governos, militares e dinossauros totalmente dependentes do petróleo e do crescimento, tentando desesperadamente se unir para tentar sobreviver, produzindo elefantes brancos como a aerotrópole. Investir nosso precioso tempo, dinheiro e energia em projetos mirabolantes como esse deve ser considerado criminalmente insano”.

Fica então o paradoxo do desenvolvimento de mercados globais de produtos e fluxos internacionais X modelos insustentáveis de energia e transporte. Por enquanto, parece não haver solução possível para ambos.

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Cidade Inteligente Búzios

A cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, conhecida pela beleza de suas praias, também é atualmente um importante campo de testes para inovações nas áreas de energia eólica, solar e elétrica.

O projeto Cidade Inteligente Búzios, realizado pela Ampla, concessionária de energia local, em parceria com a prefeitura e empresas do setor, tornou a cidade um living lab para criar, implementar e testar soluções de energia alternativa, principalmente elétrica, na forma de uma rede inteligente ou smartgrid.

Uma rede inteligente de energia usa TIC para coletar e manipular informações sobre a geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica. A rede se torna habilitada para o tráfego de dados. Com isso, os usuários podem acessar informações sobre seu consumo, verificar horários com tarifas mais baixas e ainda fazer a gestão de aparelhos remotamente através de um app para smartphone. Motivadas pela necessidade de inovação, busca por soluções mais seguras e regras de contratos de concessão, diversas empresas do setor de energia elétrica estão realizando projetos piloto baseados no conceito de rede inteligente. Sete Lagoas, Barueri, Aparecida, Curitiba, Parintins e Aquiraz são algumas das cidades brasileiras que atualmente suportam living labs para experiências com smartgrids.

O projeto Cidade Inteligente Búzios atende 10 mil clientes, residentes próximos ao centro da cidade de Armação de Búzios, onde também está localizado seu Centro de Monitoramento e Pesquisa, que funciona ao mesmo tempo como um laboratório e um centro de visitação e exposição de serviços e dispositivos. Com o acompanhamento de um monitor é possível conhecer os eixos de atuação do projeto através de apresentações multimídia, saber mais sobre o funcionamento de bicicletas e carros elétricos, postes com luminárias de LED controladas à distância e principalmente os medidores inteligentes, tratados como “gerentes do sistema”.

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Não é difícil encontrar os medidores instalados nas ruas. Eles estão visíveis em muitas residências. No entanto, suas funcionalidades parecem não ser conhecidas pelos habitantes locais. Numa pesquisa informal, entre recepcionistas de hotéis, motoristas de ônibus, garçons e até mesmo atendentes de postos oficiais de turismo, o desconhecimento foi total. Talvez a ação do projeto mais conhecida entre a população e os turistas seja a zona wi-fi gratuita localizada na Rua das Pedras, principal ponto de encontro do centro urbano da cidade.

Living labs são modelos de aplicação do conceito de cidade inteligente, normalmente restritos a um segmento de tecnologia ou determinadas áreas de uma cidade. No mundo, living labs dedicados a experimentos com Internet das Coisas, redes inteligentes de energia, telecomunicações, desenvolvimento de softwares, compartilhamento de veículos, fomento de startups e empresas do setor de economia criativa, por exemplo, estão em andamento em bairros de Barcelona, Moscou, Boston, ou ainda em pequenas cidades, como o projeto realizado pela Telefonica na cidade de Águas de São Pedro, a segunda menor cidade brasileira, localizada no estado de São Paulo.

Quando um modelo de cidade inteligente é proposto por uma empresa de determinado segmento é preciso observar sua influência tanto na concepção das ações que moldam o projeto, quanto na atuação de outros atores. Cidade Inteligente Búzios tem na eficiência energética a base de sua “inteligência”. Mas esse modelo não pode reduzir a importância de outras perspectivas e interesses locais, de habitantes, comerciantes e gestores públicos. Embora a cidade apresente características apropriadas para o desenvolvimento de um living lab de energias alternativas, como sua localização, clima, perfil de consumo e visibilidade internacional, devem existir outros problemas a serem enfrentados para que ela seja reconhecida como uma cidade inteligente do ponto de vista de seus residentes.

Quando uma empresa lidera um projeto desse tipo também traz consigo uma rede de parceiros, tecnologias, agendas e planos de desenvolvimento que precisam ser analisados de forma mais detalhada. Os parceiros tecnológicos, por exemplo, que fornecem ao projeto uma série de dispositivos, sensores e medidores inteligentes, não apenas contribuem com sua implementação, mas ajudam a moldar sua forma final, já que as funcionalidades técnicas serão definidas pelos recursos disponíveis em seus produtos. De forma similar é preciso considerar ainda a influência da municipalidade, de políticas do setor de energia, de regulações do governo, do mercado turístico e outros atores que tomam parte na rede sócio-técnica que se forma em torno do projeto Cidade Inteligente Búzios.

 

 

 

 

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Maceió Idea Lab

Com o tema “150 idéias para uma cidade criativa” a oficina buscou propostas para os principais problemas enfrentados pelos cidadãos.

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Inhuman Geographies: Landscapes of Speed, Light and Power

No artigo “Inhuman Geographies: Landscapes of Speed, Light and Power”, Nigel Thrift apresenta uma análise de como inovações em tecnologias de velocidade, luz e energia, combinadas e interelacionadas em sociedades urbanas do século XIX, ajudaram a remodelar os espaços, tempos, fluxos, ritmos, experiências e representações da vida urbana.

Sua análise não privilegia uma determinada inovação, tecnologia ou infraestrutura, e sim a construção mais ampla de machinic complexes de velocidade, luz e energia. Thrift demonstra a necessidade do uso de perspectivas mais sofisticadas sobre como inovações em TICs nas cidades contemporâneas, entrelaçadas com transporte, energia, água, mídia, sistemas e técnicas, formam machinic complexes que sustentam o desenvolvimento das cibercidades.

– Tecnologias de velocidade

No século XIX, tecnologias de velocidade, como a carruagem, o bonde puxado por cavalos, a estrada de ferro, o trem elétrico e a bicicleta, progressivamente aceleraram as redes de transporte. A bicicleta é indicada como a invenção que mais causou mudanças no período, pela sua simplicidade e acesso democrático à velocidade. Novas redes de comunicação dispensaram o contato face a face, como o serviço de correio, telégrafo e jornais de grande circulação. Entre os efeitos sociais e culturais das tecnologias de velocidade estão a consciência de intervalos mais curtos de tempo, que resultaram na popularização de relógios, um senso de presença simultânea mais comum, principalmente por causa do telégrafo, as viagens a trabalho, o turismo, uma percepção da passagem mais rápida do tempo e a sensação do corpo como um objeto a ser transportado como qualquer outro.

– Tecnologias de luz

A tecnologia da luz artificial, principalmente luz elétrica, passou a ser usada em residências, lojas e fábricas. A lâmpada e a disseminação da luz elétrica definitivamente separaram a luz e o fogo. Entre as mudanças causadas pelo machinic complex da luz estão a colonização da noite, até então vista como um período de inatividade, o surgimento de novas práticas sociais (“vida noturna”), a extensão do turno de trabalho nas fábricas, a construção de dream spaces, locais como hotéis, teatros e cafés que passaram a usar iluminação artificial como um recurso de consumo visual, a produção de novas formas de vigilância e metáforas a partir de novas percepções sobre a paisagem urbana sob iluminação artificial.

– Tecnologias de energia

Como velocidade e luz, a energia elétrica produziu mudanças importantes, como a popularização de dispositivos, banho com aquecimento elétrico, uso de choques elétricos no tratamento de doenças mentais, a metáfora do corpo como um corpo elétrico (Frankenstein), energia e vida como sinônimos, percepção da energia como um recurso infinito, fim da iniciativa individual e da produção autônoma de energia para dar lugar ao monopólio capitalista de sua produção.

A idéia de machinic complexes é interessante para a formulação de análises de como inovações, tecnologias e outros fatores relacionados influenciam transformações no espaço urbano. Essa abordagem busca evitar a idealização de uma influência específica e idealizada em favor de construções mais complexas de fatores. Sem dúvida é uma abordagem útil para observar as transformações atuais relacionadas a projetos de smart cities e tecnologias relacionadas.

Thrift, N (1995), ‘Inhuman Geographies: Landscapes of Speed, Light and Power’. In N. Thrift, Spatial Formations, London: Routledge, 256-310.

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Madre Total

Madre Total é o nome do projeto de Smart City em desenvolvimento na cidade de Madre de Deus, Bahia.

Inicialmente foi inaugurada a Unidade de Gestão Integrada, que conta com 79 câmeras de monitoramento, para uso da polícia, departamento de trânsito e outros serviços públicos 24h por dia.

A cidade tem a maior cobertura por videomonitoramento do país, já que sua zona urbana tem apenas cinco quilômetros quadrados. A unidade também conta com uma rede de fibra óptica de 22 km, que interliga todos os prédios públicos municipais. A partir desse e outros recursos, em um ano, a cidade reduziu o número de homicídios em quase 50%. O projeto é uma parceria com a Universidade Federal Fluminense – UFF.

O projeto, ainda em fase inicial, realiza ações relacionadas a infraestrutura urbana, principalmente segurança e trânsito. Mas no futuro serão aprimoradas ações ligadas à gestão urbana, como visualização de dados e reação a eventos, por conta da proximidade de estruturas da indústria de óleo e gás.

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