Vale de Israel

Como um país fundado em 1948, sem recursos naturais, com tensões em todas as suas fronteiras, se tornou um líder global em áreas como segurança de computadores, biotecnologia, aeronaves não tripuladas, tecnologia de imagens médicas, internet das coisas, entre outras?

Sem dúvida, o principal recurso de Israel é seu capital humano. E muitos livros tentam resumir o caldeirão de influências que forjaram o país. “Vale de Israel” trata principalmente de um deles: Pesquisa e Desenvolvimento.

Pela impossibilidade de criar uma oferta massiva de produtos padronizados para seu pequeno mercado, o modelo israelense se concentrou em exportar ciência, pesquisa, engenharia e inovação. 

Quatro fatores seriam essenciais para o sucesso israelense em P&D:

– Universidades de excelência, concentradas especialmente no campo científico;

– Capital humano único em termos de experiência, resiliência, disciplina, habilidades e diversidade cultural;

– Sinergia muito forte entre academia e indústria. Cada universidade tem uma empresa de transferência de tecnologia, que em apenas um ano pode levar as inovações para o mercado;

– O Tsahal, exército israelense, que além de ser um catalisador de P&D, possui um modelo de hierarquia flexível, com mais autonomia, que se reflete no perfil profissional israelense. O serviço militar é obrigatório, por 3 anos, também para mulheres.

Se você busca um novo modelo de negócio, trabalho ou desenvolvimento de inovação, não pode perder de vista o que está acontecendo por lá.

“O Vale de Israel – O Escudo Tecnológico da Informação”. Edouard Cukierman e Daniel Rouach. Ed. BestSeller, 2020.

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Un click y no trabajás más

Produção argentina aborda situação dos entregadores, principalmente da plataforma Rappi. Há um desequilíbrio na relação, para as plataformas os trabalhadores podem ser bloqueados/deletados de forma muito simples e rápida caso não se comportem da forma esperada. Um clique de um operador e você não faz mais parte do sistema.

Via Revista Anfibia.

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Dilema das Redes

The Social Dilemma (2020). 

Muitos comentários já foram feitos sobre o documentário, um dos mais vistos atualmente na Netflix. Mas claro, deixo aqui minhas contribuições. São principalmente duas:⠀

Prmeira, sempre que possível é importante expor os efeitos dos algoritmos. Isso não está claro pra muita gente e quanto mais formas interessantes de expor o problema, melhor. ⠀

O documentário é divertido, traz analistas importantes para comentar e pode chegar a muito mais gente que não teria acesso fácil a essa discussão.⠀

Segunda, também é importante expor quem está pensando esses sistemas. Tirando um indiano e talvez duas mulheres, todos os outros são figuras do mesmo tipo. Nascidos nos EUA, formação em instituições de alto padrão, homens, brancos, mesma faixa etária, consumidores dos mesmos serviços e tecnologias. ⠀

E o problema aí é que esse perfil elabora os sistemas que impactam de forma violenta as relações sociais, a forma de pensar, trabalhar e diversos campos da vida pessoal no mundo inteiro.⠀

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The Master Algorithm

No livro “The Master Algorithm”, o autor Pedro Domingos, professor de ciência da computação na Universidade de Washignton, apresenta uma hipótese central: “A existência de um algoritmo único capaz de descobrir todo o conhecimento – passado, presente e futuro – a partir de dados, um algoritmo-mestre.”

Hoje algoritmos estão no centro de nossa vida cotidiana. Não apenas nos resultados do Google, sugestões de livros e filmes da Amazon e Netflix, seleção de posts do Twitter e Facebook ou filtros de spam do Gmail. Mas também no controle de carros, elevadores, catracas de acesso a edifícios, pulseiras de monitoramento de dados pessoais (wearables), dispositivos de comunicação e incontáveis sistemas de bancos, companhias aéreas, fábricas e negócios. E cada vez aprendem mais e mais com os dados que processam continuamente.

O avanço em sua capacidade de aprendizado levou ao surgimento dos learning algorithms. A estes são colocados os dados de entrada e os resultados desejados. Mas não a forma como chegar a esses resultados. Os learners, como também são chamados, são capazes de produzir, testar, descartar e refinar hipóteses. São algoritmos capazes de criar outros algoritmos. Nos learners está a base para o machine learning, conceito no qual computadores podem produzir seus próprios programas.

Mas por que estamos criando máquinas capazes de desenvolver seus próprios aprendizados? Podemos nos concentrar em problemas imediatos, como encontrar a cura do câncer, por exemplo. De forma resumida, considere duas dificuldades no tratamento do câncer. A primeira é que a doença se desenvolve provocando uma série de outras complicações relacionadas a ela. Não há um padrão, mas uma grande variedade de formas do avanço da doença. Também não há um tipo único de reação aos medicamentos usados no tratamento. Cada paciente reage de uma forma particular a partir da condição de seu corpo. Está aí a segunda dificuldade. Com a evolução do machine learning, algoritmos podem se tornar capazes de desenvolver estratégias particulares de tratamento para cada paciente a partir das características de sua doença e da condição fisiológica do seu corpo. E ainda formular medicamentos individuais para cada um deles. Enquanto grupos de cientistas humanos poderiam levar quase uma vida para testar centenas de hipóteses, os learners realizariam o mesmo trabalho em frações de um segundo.

O livro traz comparações sobre a forma de funcionamento e as diferentes propriedades de computadores e do cérebro humano, que servem de pistas sobre como o aprendizado das máquinas pode se desenvolver com o tempo. Computadores fazem cálculos através de uma pequeno passo de cada vez. Como resultado eles precisam de muitas etapas para realizar algum processamento útil. Mas por outro lado, essas etapas podem ser realizadas de forma muito rápida porque seus transistores podem ligar e desligar bilhões de vezes por segundo. Já o cérebro humano pode executar um grande número de cálculos em paralelo, com bilhões de neurônios trabalhando ao mesmo tempo. Mas cada um desses cálculos é lento porque os neurônios podem disparar na melhor das hipóteses mil vezes por segundo.

master

Comentei com o Prof. Rodrigo Firmino, da PUC-PR, sobre a idéia do algoritmo-mestre. Sua resposta foi rápida: “Será Deus?”. Para os religiosos, com certeza, sim. Deus pode ser a fórmula que dá sentido a todos os eventos e seres vivos. Se um algoritmo define “o que fazer” e “como fazer”, a idéia de um algoritmo-mestre depende de uma determinada perspectiva. Para os biólogos essa resposta pode estar no DNA, para os neurocientistas no cérebro humano, e para os matemáticos numa equação universal, que contém a sequência Fibonacci, sua linha de ouro e todas as outras equações. Talvez os físicos pensem nas leis de Newton ou leis quânticas ainda desconhecidas. Para o inventor britânico Charles Babbage, pioneiro da computação, ainda no século XIX, Deus não criou as espécies, mas o algoritmo para sua criação. A evolução, portanto, seria o verdadeiro algoritmo-mestre.

“The Master Algorithm” não é um livro de leitura simples para os que não pertecem ao campo da ciência da computação, embora muitas questões e idéias sejam simplificadas para um público mais amplo. São apresentadas diferentes escolas de machine learning e como cada uma delas busca seu algoritmo universal. Os exemplos e suas explicações, no entanto, são muito interessantes para criar um panorama das transformações produzidas pelas “máquinas que pensam” em um futuro bastante próximo.

p.s.: Atualização em 07/08/16: IBM’s Watson AI saved a woman from leukemia

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The Cleaners

Algoritmos podem identificar certos padrões em imagens, mas em alguns casos ainda é necessário uma avaliação humana sobre seu conteúdo. ⠀

Por isso, plataformas como Facebook, Twitter e YouTube contratam empresas para remover conteúdo indesejado em suas redes. ⠀

Nessas empresas, centenas de jovens, de 18 a 20 anos, passam até 10h por dia vendo e classificando milhares de imagens perturbadoras. Violência, abusos, pedofilia, terrorismo são os temas mais comuns. ⠀

O serviço é chamado de “digital cleaning”, e os trabalhadores são os “content moderators”. A cada imagem apresentada na tela eles devem apenas escolher entre deletar ou ignorar em poucos segundos.⠀

As empresas de “digital cleaning” estão localizadas em países distantes das sedes das plataformas de conteúdo. Muitas delas nas Filipinas. ⠀

E não há nenhum tipo de proteção aos “content moderators”, principalmente em relação aos efeitos psicológicos causados pela constante visualização de milhares de imagens chocantes. 

“The Cleaners” é um documentário sobre a rotina de trabalho desses moderadores de conteúdo. ⠀

E sobre o outro lado traumático das imagens felizes publicadas nas mídias sociais. ⠀

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O Oráculo da Noite

No meu top3 dos livros de 2020 está “O Oráculo da Noite”, de Sidarta Ribeiro.⠀

Já vinha acompanhando há algum tempo novas idéias e conceitos ligados ao sono, estado em que passamos 1/3 da nossa vida. Mas o livro cola todas as peças e cria uma obra fundamental para a exploração do mundo dos sonhos.⠀

É incrível como sonhos podem ser uma fonte riquíssima de criatividade, resolução de problemas e tomada de decisões. ⠀

Quando dormimos, o cérebro continua fazendo seu trabalho, reconectando fatos, informações, testando novos caminhos com todo material armazenado em toda a sua vida.⠀

Mas pouco aprendemos com isso. Os sonhos são esquecidos logo nos primeiros instantes do despertar. E com isso perdemos a chance de receber uma mensagem fruto de todas essas novas conexões.⠀

O livro de Sidarta Ribeiro aponta caminhos para que o mundo dos sonhos seja melhor entendido e explorado. E isso pode ser um ponto de partida para o descobrimento de um mundo completamente novo. ⠀

“No seu melhor, os sonhos são a própria fonte de nosso futuro. O inconsciente é a soma de todas as suas combinações possíveis. Compreende, portanto, muito mais do que o que fomos – compreende tudo o que podemos ser”.

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Weapons of Math Destruction

“Armas de destruição matemática” são modelos ou algoritmos usados para quantificar diversos campos do nosso dia a dia. ⠀

Desde lugares para a realização de uma blitz policial até a capacidade de pessoas pagarem empréstimos ou cometerem crimes. Avaliações desse tipo passam cada vez mais a serem realizadas por modelos matemáticos.⠀

Mas esses modelos não são apenas racionais e objetivos. Há muito do preconceito, racismo e subjetividade de seus criadores embutidos em seus códigos.⠀

O resultado pode ser devastador criando um loop de resultados que reforçam desigualdades financeiras e de oportunidades.⠀

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O Futuro Chegou

Domenico De Masi tratou o Brasil como um modelo a ser seguido pela sua miscigenação, sincretismo e cultura pacífica, mesmo sendo um país marcado pela corrupção, racismo e desigualdades sociais. O ano era 2014 e a proposta do livro fazer um panorama de diferentes modelos de sociedade, que podem nos inspirar para pensar o presente.⠀

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“Abstract”: Ian Spalter

Na série “Abstract”, Netflix, segunda temporada, há um interessante episódio sobre design com Ian Spalter. Com trabalhos realizados no YouTube, Foursquare e Nike+, ele hoje é head de design do Instagram. ⠀

Segundo o episódio, 1 de cada 7 pessoas do planeta usa algum produto supervisionado por Spalter. Então, sem dúvida, vale saber mais sobre seu pensamento criativo. ⠀

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A Greve dos Entregadores

Entregadores de todo o Brasil devem interromper suas atividades no começo de julho. O movimento é uma demonstração de força da categoria diante dos aplicativos. Se obtiver sucesso, o movimento pode representar uma nova esperança na luta contra a precarização do trabalho.

Via Meteoro Brasil

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Se você tem uma equipe talentosa, cuide bem dela. Negócios conseguem se reerguer sem salas, cadeiras, mesas, impressoras ou cafeteiras.

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A Lógica do Cisne Negro

Antes de chegar à Austrália, os europeus acreditavam que todos os cisnes eram brancos. O encontro com apenas 1 cisne negro invalidou uma certeza comprovada pela observação de milhões de cisnes brancos, ao longo de séculos. 

Para Nassim Nicholas Taleb, essa história ilustra a fragilidade do aprendizado por meio de experiências e nossa limitação em prever o improvável. E principalmente, as ciladas que podemos produzir por não considerar o que não sabemos.

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Código Bill Gates

O Código Bill Gates (2019). No combate ao novo Corona Vírus, Bill Gates anunciou investimento na construção de 7 fábricas para a produção em paralelo das 7 vacinas mais promissoras. Segundo ele, “podemos economizar meses, porque cada mês conta”. Conheça mais detalhes sobre sua forma de pensar, vida pessoal e outros projetos através da série, em apenas 4 episódios, disponível na Netflix. 

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