Coded Bias
“Coded Bias”, já disponível na Netflix, mostra a imprecisão dos sistemas de reconhecimento facial e seus efeitos para diversos campos da vida cotidiana.
O documentário parte do trabalho da pesquisadora Joy Buolamwini e sua investigação sobre o preconceito generalizado em algoritmos. Passa por casos que mostram as consequências dos diversos tipos de preconceito embutidos nessas tecnologias. E chega à sua jornada na promoção da primeira legislação nos Estados Unidos sobre o uso estatal e corporativo desses sistemas.
Mas sobre o que falamos quando falamos sobre algoritmos?
Quando tratamos do “algoritmo do google”, ou de qualquer outra plataforma, precisamos nos lembrar que o sentido é de uma sinédoque. Ou seja, usamos uma parte para representar o todo, reduzimos uma ampla rede de agentes, tecnologias, crenças, visões de mundo e de eficiência em apenas um termo: o algoritmo.
Por isso, “algoritmo do google”, por exemplo, representa um emaranhado de modelos de negócios, estruturas corporativas, interesses de acionistas e mercados, linguagens de programação, hierarquias empresariais, compliances, regulações externas, preconceitos de centenas de programadores e ainda a arquitetura de milhares de sistemas conectados entre si.
Cada vez mais será preciso expor esses emaranhados e realizar uma contravigilância sobre suas formas de atuação, e principalmente seus efeitos.
Invisibles – Les Travailleurs du Clic
“Invisibles – Les Travailleurs du Clic” é um doc produzido pela France Télévisions (France.tv), emissora de tv pública francesa. Interessante ver a perspectiva de trabalhadores das plataformas de delivery em outros países, mas não há praticamente diferenças. Falta de assistência, valores baixos, ritmo de trabalho forte, desejo de novas oportunidades e a sensação de ser visto como uma máquina pelo sistema são os pontos principais.
The Cleaners
Algoritmos podem identificar certos padrões em imagens, mas em alguns casos ainda é necessário uma avaliação humana sobre seu conteúdo. ⠀
Por isso, plataformas como Facebook, Twitter e YouTube contratam empresas para remover conteúdo indesejado em suas redes. ⠀
Nessas empresas, centenas de jovens, de 18 a 20 anos, passam até 10h por dia vendo e classificando milhares de imagens perturbadoras. Violência, abusos, pedofilia, terrorismo são os temas mais comuns. ⠀
O serviço é chamado de “digital cleaning”, e os trabalhadores são os “content moderators”. A cada imagem apresentada na tela eles devem apenas escolher entre deletar ou ignorar em poucos segundos.⠀
As empresas de “digital cleaning” estão localizadas em países distantes das sedes das plataformas de conteúdo. Muitas delas nas Filipinas. ⠀
E não há nenhum tipo de proteção aos “content moderators”, principalmente em relação aos efeitos psicológicos causados pela constante visualização de milhares de imagens chocantes.
“The Cleaners” é um documentário sobre a rotina de trabalho desses moderadores de conteúdo. ⠀
E sobre o outro lado traumático das imagens felizes publicadas nas mídias sociais. ⠀
“Abstract”: Ian Spalter
Na série “Abstract”, Netflix, segunda temporada, há um interessante episódio sobre design com Ian Spalter. Com trabalhos realizados no YouTube, Foursquare e Nike+, ele hoje é head de design do Instagram. ⠀
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Segundo o episódio, 1 de cada 7 pessoas do planeta usa algum produto supervisionado por Spalter. Então, sem dúvida, vale saber mais sobre seu pensamento criativo. ⠀
Código Bill Gates
O Código Bill Gates (2019). No combate ao novo Corona Vírus, Bill Gates anunciou investimento na construção de 7 fábricas para a produção em paralelo das 7 vacinas mais promissoras. Segundo ele, “podemos economizar meses, porque cada mês conta”. Conheça mais detalhes sobre sua forma de pensar, vida pessoal e outros projetos através da série, em apenas 4 episódios, disponível na Netflix.
Indústria Americana
Documentário vencedor do Oscar mostra o choque cultural entre operários americanos e chineses, que precisam trabalhar juntos para o sucesso de uma fábrica de vidros chinesa inaugurada na periferia de Dayton, Ohio.
O choque surge principalmente da diferença de concepções sobre o trabalho. Enquanto americanos tentam resistir ao empobrecimento da classe média, chineses escapam da pobreza rural. O resultado é um jogo que envolve operários, políticos, sindicatos, gestores, expectativas e frustrações. Importantíssimo para ajudar a entender a China e o mundo atual.
Quanto Tempo o Tempo Tem
Ótimo doc que traz diversas perspectivas sobre nossa relação com o tempo, a partir de nomes como Domenico de Masi, Nilton Bonder, Nelida Piñon, entre outros.
O físico Marcelo Gleiser chama atenção para um ponto muitas vezes esquecido em previsões: a imprevisibilidade científica. Evoluímos muito no último século mas não podemos considerar que isso vai se replicar da mesma forma no futuro. Novas descobertas podem trazer novos obstáculos imprevistos. O passado não serve de regra para o futuro.
The Creative Brain
Estamos vivendo uma luta permanente. Nosso cérebro pesa 1,5 kg, mas consome 20% da energia do corpo. Assim, como forma de gastar menos energia, ele tenta recorrer sempre a experiências anteriores.
Ser criativo então depende da resistência a esse instinto de recorrer ao que já conhecemos para pensar em algo novo. Testar coisas novas, diariamente, é um verdadeiro exercício.
O doc pode ser encontrado pelo título em português “Como o Cérebro Cria”.